ZÉ CLAUDIO E MARIA, PRESENTE

O LEGADO DE PROFUNDO AMOR PELA FLORESTA

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Zé Claudio e Maria eram defensores da floresta que lutavam diariamente pela preservação do meio ambiente. Verdadeiros mensageiros da vida e do bem-viver, foram um exemplo para toda a comunidade, pois mostravam que era possível viver em harmonia com a floresta. Eles denunciavam a destruição da floresta e eram constantemente ameaçados, até que foram brutalmente assassinados em 2011.

O casal de ativistas nasceu e cresceu na amazônia paraense. Ele foi criado pelos avós e ajudava a cuidar dos negócios da família em Marabá: hortas, roçados e produção de arroz. Maria é de São João do Araguaia, nascida às margens do Rio Araguaia, filha de agricultores. Aos 15 anos, se mudou para Marabá. Suas vidas se cruzaram nas eleições de 1986, onde Maria era mesária da sessão que Zé votava. Ali nascia um grande amor.

Os dois viviam da extração de Castanha-do-Pará e pequenas roças, com intensa relação de amor pela floresta. Logo eles começaram a se envolver com movimentos sociais em defesa do meio ambiente, se tornaram integrantes do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), ONG fundada por Chico Mendes e movimento sindical da região. Zé Claudio foi Presidente da Associação dos Pequenos Agricultores Rurais, e ajudou a criar o Projeto de assentamento Agroextrativista Praia Alta-Piranheira, Nova Ipixuna-PA, em 1995, que foi considerado um modelo de agroextrativismo no Brasil e no mundo.
Eles chegaram ao lugar em 1987, e a ideia inicial era encontrar meios para que os assentados vivessem da floresta, sem agredi-la. A população vivia da extração sustentável de frutas típicas da região, como a castanha-do-Pará e o cupuaçu, e da produção de óleos vegetais como o óleo de copaíba, andiroba e castanha-do-Pará. Cerca de 500 famílias viviam no assentamento agroextrativista e da agricultura familiar, em uma área de aproximadamente 22 mil hectares. Como a madeira tem um valor alto, a área em que moravam logo tornou-se alvo de madeireiros ilegais e grileiros.
A luta ambiental do casal contra a ação de madeireiros, fazendeiros, produtores de carvão vegetal os colocaram sob ameaças constantes. Por diversas vezes, as ameaças foram denunciadas às autoridades policiais que, no entanto, não investigaram o caso e não garantiram proteção adequada à vida dos defensores. Em 2011, foram vítimas de uma emboscada: dois pistoleiros, Lindonjonson Silva e Alberto Nascimento, escondidos na mata ao lado, dispararam tiros contra o casal. O caso ganhou repercussão em toda região, no país, e internacionalmente, e ainda está com a Justiça incompleta.
Por todo o legado de profundo amor pela floresta amazônica, proteção da sua biodiversidade e populações tradicionais, Zé Claudio e Maria receberam, em 2012, uma premiação especial póstuma de “Heróis da Floresta” da Secretaria de Florestas da Nações Unidas (ONU) em reconhecimento ao trabalho realizado, que
ganhou companheiros no mundo inteiro.

MARIA E JOSÉ
A LUTA SEGUE EM PÉ

MARIA E JOSÉ, A LUTA SEGUE EM PÉ

Essa história de profundo amor pela floresta e ativismo ambiental hoje é conhecida em todo o mundo. Nossa missão é levar mais informação sobre a importância, as atividades econômicas e fortalecer a rede de proteção aos defensores das nossas florestas.

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